Aneel define nesta terça-feira novo reajuste na conta de luz em MS

Aumento passa a valer em julho com a justificativa que os reservatórios estão em níveis 'consideravelmente baixos'

Aneel define nesta terça-feira novo reajuste na conta de luz em MS

As contas de energia devem ficar mais caras em Mato Grosso do Sul nos próximos dias, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizará uma reunião na nesta terça-feira (29) para definir a mudança.

O aumento está programado para vigorar já a partir de julho, diante da pior crise hídrica na região das hidrelétricas dos últimos 91 anos e do acionamento de usinas termelétricas para garantir o fornecimento de energia.

A Aneel vai aumentar os valores das bandeiras tarifárias, sendo essa uma sobretaxa que é acionada quando o custo da geração de energia sobe, valores estes que podem chegar a ultrapassar um acréscimo de até 20%.

Caso seja confirmado o percentual, a bandeira vermelha patamar 2 deverá passar dos atuais R$ 6,24 cobrados a mais a cada 100 quilowatts/hora consumidos (kWh) para mais de R$ 7,50.

Segundo a Aneel, os níveis dos reservatórios estão "consideravelmente baixos", e a perspectiva é "desfavorável".

O cenário, acrescenta a agência, "sinaliza horizonte com reduzida capacidade de produção hidrelétrica e elevada necessidade de acionamento de recursos termelétricos". A energia produzida pelas usinas termelétricas é mais cara se comparada com a das usinas hidrelétricas.

A bandeira tarifária é um sistema criado em 2015 e que aplica uma cobrança adicional nas contas de luz sempre que aumenta o custo da produção da energia no país, o sistema tem como objetivo informar aos consumidores quando o custo da geração aumenta, permitindo ao cliente gastar menos energia e, assim, pagar uma conta de luz mais barata.

Com isso, a diferença deverá ser coberta neste ano por meio de reajuste nas distribuidoras de energia, a agência afirma que não tem estimativa de quanto a conta de luz dos consumidores deve aumentar.

A cobrança das bandeiras tarifárias foi retomada em janeiro e, desde então, tem encarecido as contas de luz dos brasileiros.

Neste mês, ficou estabelecido que as contas de energia no país terão bandeira vermelha patamar 2, que é o mais alto e estabelece acréscimo de R$ 0,06243 para cada quilowatt-hora kWh consumido.

Risco de racionamento

Um dos motivos para o reajuste das tarifas é compensar os gastos extras que as distribuidoras devem ter esse ano, pois com a maior seca dos últimos 91 anos, será necessário maior acionamento de usinas termelétricas, que são mais caras.

O Ministério de Minas e Energia (MME) afirmou que as instituições do setor energético têm trabalhado "incessantemente" para garantir que não haja risco de racionamento de energia no país, por conta da crise hidrológica.

"As instituições do setor energético continuam trabalhando, incessantemente, para o provimento da segurança energética no ano que se deflagrou a pior hidrologia de toda a série histórica de 91 anos", disse a pasta, em nota.