Brasil deve fechar 2021 com crescimento econômico de 5,3%, prevê Banco Mundial
A pobreza na América Latina e Caribe atingiu o maior nível em décadas, crescendo de 24% para 26,7%. Em seu informe semestral, o Banco Mundial descreve uma região duramente afetada pela pandemia da COVID-19 e prevê crescimento regional de 6,3% em 2021.
A instituição alerta, no entanto, que na maioria dos países esse crescimento não será suficiente para reverter a contração de 6,7% do ano passado.
Quanto ao Brasil, é esperado que o país cresça 5,3% no ano de 2021 em contrapartida da retração de 4,1% no ano passado.
O relatório ainda traz algumas recomendações para governos da região. Entre elas, reavaliar prioridades de gastos para evitar mais uma década perdida e adotar medidas para maior eficiência nas despesas e melhora dos fluxos das receitas.
Os economistas do Banco Mundial também apontam que é possível aumentar os impostos sem afetar o crescimento de maneira significativa.
Isso inclui aprimorar a execução fiscal na região, onde a média de evasão fiscal de empresas gira em torno de 50%.
A região da América Latina e Caribe está se recuperando da crise deflagrada pela pandemia da COVID-19 de forma mais lenta do que o esperado e as "marcas na economia e na sociedade levarão anos para cicatrizarem".
A constatação é do Banco Mundial no novo relatório "Recuperação do Crescimento: Reconstruindo Economias Dinâmicas Pós-Covid em Meio a Restrições Orçamentárias".
O informe trimestral foi publicado hoje (6) e fornece o panorama econômico da retomada do crescimento econômico pós-pandêmico em um cenário marcado por restrições fiscais
Pobreza
A equipe do economista-chefe da instituição para América Latina e Caribe, William Maloney, prevê um crescimento regional de 6,3% em 2021.
No entanto, na maioria dos países esse crescimento não será suficiente para reverter a contração de 6,7% do ano passado.
Em um tom mais preocupante, o relatório do Banco Mundial indica que a pobreza na América Latina e Caribe está em seu maior nível em décadas. Sem considerar o Brasil, os índices de pobreza aumentaram de 24% para 26,7%.
Na perspectiva do vice-presidente para a América Latina e Caribe, Carlos Felipe Jaramillo, os países da região fizeram grandes esforços para ajudar famílias em meio à pandemia.
Agora, o desafio é promover uma recuperação "robusta que ofereça oportunidades de trabalho e feche as feridas abertas durante a crise".
Brasil
O Banco Mundial estima que o Brasil terá um crescimento econômico de 5,3% no ano de 2021 em contrapartida da retração de 4,1% no ano passado. O relatório também prevê um crescimento de 1,7% em 2022 e 2,5% em 2023.
Segundo o estudo, o crescimento em 2021 foi alavancado no país com a aceleração da vacinação e a queda das mortes por COVID-19.
Ainda é necessário superar diversos desafios, como a recorrência do vírus e os altos níveis de dívida do setor privado.
O Banco Mundial estima que, em muitos países, de 40% a 60% das empresas encontram-se inadimplentes como resultado da queda de receitas causada pela pandemia.
O aumento da dívida pública também deve ser abordado, já que levou a uma redução da capacidade de conseguir empréstimos no exterior e dificultou a gestão fiscal no futuro.
Recomendações
Com vistas a promover o crescimento econômico sustentável e equitativo, o relatório traz recomendações para os países da região.
Na visão de Maloney, o estudo busca estimular "a transparência e a responsabilidade no setor público e a disciplina no setor privado".
Uma das recomendações do Banco Mundial é a reavaliação das prioridades dos gastos. O estudo mostra que investir em sistemas de saúde pode aumentar a expectativa média de vida na região em quatro anos.
O relatório propõe, ainda, investimentos em educação, pesquisa e desenvolvimento, transferências públicas, infraestrutura, e geração e consumo de energia sustentável.
Corrupção
A publicação avalia que melhorar a eficiência dos gastos nos contratos públicos e programas de transferência de renda pode ajudar a liberar recursos para outras áreas.
No caso de contratos públicos, o Banco Mundial estima que os governos poderiam economizar até 22% ao melhorar as práticas para reduzir a corrupção e aumentar a concorrência entre fornecedores.
O estudo também aponta que é possível aumentar os impostos sem afetar o crescimento de maneira significativa.
Isso inclui aprimorar a execução fiscal na região, onde a média de evasão fiscal de empresas gira em torno de 50%.