Pesquisa indica colapso do sistema de saúde em agosto

Segundo o modelo matemático, serão mais de 23 mil casos confirmados em 21 de julho

Pesquisa indica colapso do sistema de saúde em agosto

Estudo matemático realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) indica o colapso do sistema público de saúde do Estado para 14 de agosto. Em Campo Grande, está projetado para 30 de agosto. O modelo Gompertz aponta ainda que se o aumento dos casos continuar no mesmo ritmo, a projeção é de mais de 23 mil casos confirmados em 21 de julho.

Os dados considerados na análise são referentes as quantidades totais no período de 14 de março a 12 de julho, quando o relatório foi encaminhado para a Sesau. Nesses 121 dias, foram confirmados no Estado 13.197 casos. Somente na semana de 6 a 12 de julho, houve 3.108 novos casos, aumento de 30.81%.

Em 12 de julho, o número de pacientes internados chegou a 285, e o de óbitos, a 161. A partir do dia 8 maio, a quantidade de casos confirmados dobra, em média, a cada 12 dias. Por isso a projeção de mais de 23 mil para o fim deste mês caso esse cenário seja mantido.

"Estes resultados mostram que o mês de julho está caminhando para ser o mês com a maior quantidade de casos confirmados", dizem os professores Erlandson Saraiva (Inma) e Leandro Sauer (Esan).

Leitos hospitalares

De acordo com o modelo Gompertz, no dia 14 de agosto, 745 pessoas diagnosticadas com doença precisarão de atendimento em leitos clínicos em Mato Grosso do Sul. Número que superará a quantidade de leitos clínicos disponíveis, que será 737.

Da mesma forma, com relação aos leitos de UTI no Estado é estimado para o dia 22 de agosto, quando 229 indivíduos precisarão deste atendimento, quatro a mais do que os leitos existentes.

Em Campo Grande, o número de casos da Covid-19 nos primeiros doze dias de julho – 2.111 – superou todo o mês de junho, que fechou com 1.942 contaminados. Ao considerar as quantidades totais registradas a partir do dia 1º, os casos confirmados dobram, em média, a cada 11 dias.

As projeções do estudo indicam o colapso do sistema público de saúde da Capital para o final de agosto, dia 30, quando o número de indivíduos que precisarão de atendimento em leitos clínicos será idêntico ao de disponível: 341 leitos. Já para a UTI, o colapso ocorrerá no dia 19 de agosto, com a superação dos 157 leitos disponíveis.

"Esses resultados mostram a necessidade de a população continuar seguindo as orientações de especialistas da área da saúde para se manter o isolamento social sempre que possível. Este procedimento é necessário para que as quantidades registradas em uma semana estejam sempre abaixo da curva estimada. Pois somente desta maneira obteremos o desejado "achatamento" da curva e evitaremos o colapso do sistema de saúde pública do MS", afirmam os professores.