Estudo matemático aponta esta terça-feira como pico da pandemia na Capital

Pesquisadores que acompanham o avanço da doença desde março estimam achatamento da curva

Estudo matemático aponta esta terça-feira como pico da pandemia na Capital

Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) que analisam dados da pandemia em Campo Grande desde março, estimam para esta terça-feira (25) o pico da doença no município, com 19.100 casos confirmados.

Os professores Erlandson Saraiva do Instituto de Matemática (Inma) e Leandro Sauer da Escola de Administração e Negócios (Esan) afirmam que os modelos ajustados nas três últimas semanas mostraram real achatamento da curva.

"Duas consequências deste achatamento é que as projeções para o número de pacientes que precisarão de atendimento em leitos clínicos e de UTI não indicam o colapso do sistema de saúde", explicam os pesquisadores.

Em relatório repassado na segunda-feira (24) à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), com números contabilizados até 23 de agosto, os professores destacam que a pandemia em Campo Grande teve quatro fases de crescimento distintas.

Segundo o documento, a fase mais agressiva ocorreu no mês de julho, com crescimento exponencial.

Saraiva e Sauer utilizam o Modelo Gompertz para a modelagem matemática da quantidade de infectados.

"Esse modelo tem por característica um crescimento acelerado no início, que se deu no começo do mês de agosto, seguido de uma fase de redução, que se iniciou após o dia 15 de agosto", apontam.

Além disso, o número de reprodução calculado, isso é, o índice que indica a estabilidade da doença, deu 1,06 para contaminação de outras pessoas. O valor ideal é 1,0.

"De acordo com a escala denominada de Covidímetro, proposta por professores da UFRJ, este valor indica um risco moderado de propagação da doença", completam os pesquisadores.

Mesmo diante do cenário positivo, os professores alertam que sobre a necessidade da população continuar seguindo as orientações de especialistas da área da saúde para se manter o isolamento social sempre que possível.

"Este procedimento é necessário para mantermos o cenário de achatamento da curva e evitarmos o início de um quinto cenário de crescimento da doença", finalizam.

Epidemiologia

Na segunda-feira (24), Mato Grosso do Sul chegou a 43.065 casos. Entre ontem e hoje, mais 567 casos foram confirmados e 11 mortes foram registradas.

Deste total, 284 notificações e 9 óbitos foram registrados em Campo Grande. Além disso, a macrorregião do município está com 74% dos leitos ocupados.