Temperaturas acima da média favorecem casos de acidentes com escorpiões em MS

Temperaturas acima da média favorecem casos de acidentes com escorpiões em MS

As altas temperaturas somadas ao período de reprodução dos escorpiões - que ocorre nos meses de agosto e setembro - tem impactado também nos índices de acidentes envolvendo esses animais em Mato Grosso do Sul. Em 2023, o primeiro trimestre registrou o maior número de casos registrados desde 2020.

No Estado existem três grandes espécies mais comuns, todas conhecidas popularmente como escorpião-amarelo. O animal geralmente vive em terrenos baldios e esgotos e chega às residências por meio de ralos da cozinha e banheiro, podendo causar sérios acidentes.

De acordo com o Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica), vinculado à SES (Secretaria de Estado de Saúde), o Estado registrou 3.012 casos de acidentes com escorpiões até o momento em 2023. De janeiro a setembro foram contabilizados quase o mesmo número de acidentes de todo o ano de 2022, com menos de 200 casos de diferença durante apenas nove meses.

Campo Grande registrou o maior número de vítimas de escorpiões até o momento, com 787 acidentes. Além da Capital, outros municípios ultrapassam os 100 casos: Três Lagoas (431), Paranaíba (189), Corumbá (133), Dourados (110), Brasilândia (106) e Cassilândia (104).

Segundo Alexandre Moretti de Lima, médico e responsável clínico do Ciatox, crianças e idosos compõem o principal grupo de risco de acidentes por escorpiões, visto que os casos tendem a evoluir com maior facilidade.

"Na maioria das vezes, 98% dos casos são de quadro leve, só com dor local. Em crianças e idosos a gente tem que tomar cuidado pelo risco de manifestação sistêmica e necessidade de soro. Se evoluir com o quadro cardiopulmonar, com edema agudo de pulmão, taquicardia, hipertensão, sudorese, salivação e palidez, será necessário a utilização de soro escorpiônico".

Cuidados

Para evitar acidentes com escorpiões, o Ciatox recomenda usar água sanitária nos ralos e frestas de portas, instalar barreiras mecânicas nas portas, evitar o acúmulo de entulhos, fechar frestas e rachaduras nas paredes, manter o ralo do banheiro fechado após o banho e vedar bem as caixas de gordura.

Além disso, em caso de acidente, é necessário lavar o local da picada com água e sabão. Alexandre Moretti destaca que a vítima deve procurar a unidade de saúde mais próxima e passar por atendimento imediatamente. "Em raros casos vai ser necessário a utilização de soro antiescorpiônico, mas quanto mais precoce a utilização, menor a chance de mortalidade".

Ao matar um escorpião, se possível, ele deve ser recolhido e levado ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) do município para auxiliar na identificação e medidas de prevenção e controle da espécie.

Em caso de dúvidas, basta entrar em contato com o Ciatox pelos telefones: (67) 3386-8655 e 0800-722-6001 e 150. A equipe oferece teleatendimento a profissionais de saúde, diagnóstico e identificação de animais peçonhentos e plantas tóxicas.

Heloisa Duim, do Programa de Estágio Supervisionado

Foto: Sina Katirachi / Unsplash