Estado tem potencial para triplicar a geração de energia hidrelétrica

Segundo levantamento de associação, novas usinas podem gerar 30 mil empregos e investimentos de R$ 3,5 bilhões no Estado

Estado tem potencial para triplicar a geração de energia hidrelétrica

Mato Grosso do Sul tem atualmente 35 usinas hidrelétricas de pequeno e médio portes, com capacidade de gerar 290 megawatts.

De acordo com a Associação Brasileira de PCHs e CGHs (ABRAPCH), o Estado tem capacidade para quase triplicar a geração de energia elétrica por pequenas centrais.

Segundo a associação, atualmente são 21 centrais geradoras hidrelétricas (CGHs) e 14 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

"MS tem 53 usinas já aprovadas na Agência Nacional de Energia Elétrica [Aneel], totalizando 494 MW, ou seja, apenas os aproveitamentos já estudados e aprovados pela agência poderiam triplicar a geração de energia hidrelétrica do Estado.

Importante ressaltar que os potenciais aprovados não representam mais que um terço do potencial do Estado, portanto, há muito mais potencial a ser estudado e aprovado", explica o presidente da ABRAPCH, Paulo Arbex.

Ainda segundo o levantamento da associação, a construção de novas usinas traria 30 mil novos empregos.

"Investimentos de mais de R$ 3,5 bilhões, oportunidades de emprego de qualidade para os jovens engenheiros de MS e oportunidades para empreender para a comunidade empresarial.

Além disso, são usinas que duram séculos sem queimar um grama de combustível fóssil e sem produzir qualquer tipo de resíduo em sua operação. Não existe nada mais limpo e renovável que uma hidrelétrica", comenta Arbex.

INVESTIMENTOS

O valor médio para investir no setor é de R$ 7 milhões por megawatt.

"É importante ressaltar que varia muito em função da queda, tipo de solo e topografia. O custo do MW pode oscilar entre R$ 4,5 milhões e R$ 10 milhões", informa o presidente da instituição.

De acordo com a Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), hoje as pequenas usinas representam 4% da potência instalada nacional, com 1.129 CGHs e PCHs em operação no País.

"Existem registrados na Aneel 619 projetos de centrais hidrelétricas de até 50 MW, com 14.516 MW de potencial, em termos de capacidade instalada, aguardando licenciamento ambiental e, principalmente, perspectiva para sua viabilização econômica.

Projetos espalhados por todo o território nacional, próximos dos centros de consumo, com investimentos estimados em R$ 116 bilhões", informa a Abragel.

IMPACTO AMBIENTAL

Segundo a ABRAPCH, a maioria dos impactos se dá durante as obras para instalação das usinas, quando são feitas escavações e movimentações de terra.

"Ao contrário da maioria das outras fontes de geração de energia elétrica, as PCHs e as CGHs têm a grande maioria de seus impactos ambientais reversíveis após a conclusão da obra", disse o presidente da associação Paulo Arbex.

"Estudo realizado pela ABRAPCH aponta que todos os reservatórios das CGHs e das PCHs do Brasil somaram 50 quilômetros quadrados, enquanto as áreas de proteção permanente (APPs) reflorestadas com espécies nativas pelas CGHs e PCHs como compensação ambiental somaram 1.430 quilômetros quadrados", ressalta.

Para a ABRAPCH, o Estado está apto a receber novas usinas de pequeno porte.