Centrão diz que Senado não combinou texto com Câmara e dificulta PEC da Farra

Parlamentares se queixam de trechos do projeto e falam em reduzir tempo de vigência da proposta

Centrão diz que Senado não combinou texto com Câmara e dificulta PEC da Farra

A menos de duas semanas para o fim dos trabalhos legislativos no Congresso Nacional, lideranças da Câmara dos Deputados se reúnem nesta terça-feira, 13, em busca de um acordo para a votação da PEC da Transição. Mais cedo, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), se encontrou com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tratar sobre o assunto.


Aprovada em dois turnos no Senado na semana passada, a Proposta de Emenda à Constituição abre espaço fiscal para garantir, entre outras coisas, a continuidade dos pagamentos mensais de R$ 600 do Auxílio Brasil, programa social que voltará a ser chamado de Bolsa Família no terceiro governo Lula.


O texto, de relatoria do senador Alexandre Silveira (PSD-MG), propõe a ampliação do teto de gastos em R$ 145 bilhões pelo prazo de dois anos, em 2023 e 2024. No entanto, a matéria encontra resistências entre uma ala de deputados. Segundo apurou o site da Jovem Pan, um dos principais pontos de discussão é o período de dois anos para aumento do limite de gastos públicos.


O deputado federal Claudio Cajado (PP-BA), presidente em exercício do Progressistas, afirmou à reportagem que a sigla defenderá a duração de um ano da PEC e disse considerar que o prazo será "uma briga maior" do que o valor em si a ser disponibilizado para o governo petista. Embora reconheça que há disposição de Arthur Lira de discutir e votar a matéria, ele não acredita que a aprovação aconteça ainda nesta semana, prazo necessário para que os recursos extras pedidos pelo novo governo sejam incluídos no Orçamento de 2023. "Será muito difícil conseguir votar amanhã mesmo. Porque está muito em cima [da hora]. E o Senado não combinou o texto com a Câmara", disse o parlamentar à reportagem.


No início da transição, Lira assumiu o compromisso de levar ao plenário da Câmara o mesmo texto aprovado pelo Senado. Nos últimos dias, porém, quadros do PT ouvidos pela Jovem Pan dizem ter recebido o recado de que a proposta tinha "problemas". Na tarde desta terça, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), líder do partido na Casa, afastou a possibilidade de mudança da matéria.


"Vamos votar o mesmo texto do Senado", garantiu. Mais do que isso, o relator do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), recebeu a sinalização de que a PEC da Transição pode ser votada na quarta-feira, 14. Na tarde desta terça, a presidente nacional da legenda, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), pediu aos parlamentares que apoiam Lula votem pela aprovação da matéria.